sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O meu voto

Não vamos nos iludir, não existem santos na política, isso vale para todos os lados, situação, neutros e oposição. De Lula a Fernando Henrique e etc. e esse privilégio também não é nosso. Política é política em qualquer lugar do mundo, a distinção está na maneira como lidamos com os políticos, seus escândalos e suas incoerências. Isto dito podemos avaliar de forma menos apaixonada e mais racional a atual onda de denuncismo que permeia a mídia brasileira. Os mais recentes escândalos brasileiros são a quebra de sigilo fiscal de dezenas de brasileiros (não foi apenas a filha e o genro de algum político) e o tráfico de influência por parte pessoas ligadas à Casa Civil.

Chamo isso de onda de denuncismo porque ao que tudo indica, independentemente da veracidade dos fatos, todos esses casos foram cuidadosamente maturados para serem deflagrados durante a campanha eleitoral. Embora esse porém não inocente ou amenize a culpa de qualquer um dos envolvidos, é preciso atentar para o fato de que se trata sim de uma manobra eleitoral. Clara e evidente. Ou seja, a análise que cada eleitor deve fazer é a seguinte: O que é mais importante para um candidato receber a honra (sim um voto é uma concessão do eleitor àquele que ele julgar merecedor) do meu voto? O passado político? Suas realizações? O que fulano ou beltrano disse? O que sicrano fez?

Sejamos práticos e racionais ao votar, pois a emotividade não costuma acertar muito. Não se deve votar por simpatia, se assim o fosse votaríamos todos em Silvio Santos. Assim como votar em Tiririca apenas para fazer barulho é um voto de protesto sem eco, votar em alguém ou deixar de votar por causa do que terceiros fizeram ou deixaram de fazer é um voto vazio.

O voto deve expressar opinião própria. Nesse sentido defendo o que é um princípio básico da justiça: Cada qual é responsável pelos seus atos. Denúncias como as que citei anteriormente devem ser investigadas, culpados devem ser punidos, a César o que é de César.

Se o meu colega de trabalho, que se senta diariamente ao meu lado, comete uma infração qualquer no decorrer do exercício de suas funções, em que isso pode me ser imputado? Esse posicionamento não é um posicionamento inocente ou pueril, trata-se de coerência. Não aceito ser responsabilizado por atos de terceiros e não conheço ninguém que o aceite. 

Isto posto, posso então sim decidir em quem votar, não pelo noticiário, mas pela razão, pelo desempenho da economia do país, pelos trabalhos executados nos plenários estaduais e federal, pela segurança (ou falta dela) na minha cidade, pelo asfalto e pelo pedágio das estradas por onde passo, pelo retorno que recebo pela minha contribuição ao meu país. É com base na realidade que escolherei em quem votar, discursos apaixonados não me seduzem, profetas do apocalipse não me impressionam e tampouco os derrotistas conformados me arrastarão com eles.

Eu sou um patriota, ainda que hajam poucos de nós, nós fazemos nossas escolha com base no presente para buscar um futuro cada vez melhor.  Esse futuro não virá nessa eleição, sua construção é gradativa e contínua e precisa de perseverança e paciência, mas acredito que ele é possível. Nós, o povo brasileiro, não desistiremos disso.

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