segunda-feira, 11 de outubro de 2010

História do Rio de Janeiro - O Hospício de Pedro II

Com o início do século XIX, o tratamento de doentes mentais ingressou
em nova fase, seguindo o trabalho desenvolvido por Philippe Pinel no
hospital Salpêtrière, em Paris. Com abordagem mais humana, os grilhões
foram retirados e os doentes saíram do confinamento. A estranheza da
razão com relação à loucura continuou, é certo, mas pelo menos com
menos violência física.

A nova postura emulou iniciativas semelhantes no mundo todo, e entre
nós a primazia coube à Santa Casa de Misericórdia que, através do
provedor José Clemente Pereira, propôs a construção do primeiro
hospício de alienados do Brasil. Com o apoio do imperador D. Pedro II,
as obras iniciaram em setembro de 1842, ficando pronta a obra dez anos
depois.

O local escolhido ficava na Chácara do Vigário Geral, propriedade da
Santa Casa, na Praia Vermelha, à qual foram acrescentados outros
terrenos. O belo prédio, projeto do arquiteto Domingos Monteiro,
recebeu em dezembro de 1852 os primeiros pacientes, ficando os homens
do lado direito e as mulheres à esquerda. A rotina dos internos
incluía trabalhos manuais, os quais supriam várias necessidades
internas da instituição.

O Hospício de Pedro II foi retirado da jurisdição da Santa Casa em
1890, tornando-se "Hospício Nacional de Alienados", entrando em
decadência, até ser resgatado por Pedro Calmon que, a partir de 1948,
conseguiu incorporá-lo à Universidade do Brasil, hoje UFRJ, salvando-o
da destruição certa nas mãos dos eternos oportunistas de ocasião.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mapas Antigos

O ser humano produziu mapas mundi antes da última era do gelo mostrando a Antártida desprovida de gelo, provavelmente com o auxílio de Vimanas.
O descobrimento dos mapas se remonta a 9 de novembro de 1929 quando o palácio Topkapi, em Istambul, foi transformado em museu de antigüidades e seu diretor, B. Halil Eldem, encontrou dois fragmentos de um mapa traçado pelo marinheiro Piri Reis, navegante turco do século XVI. Os fragmentos correspondiam a uma extensa coleção composta por 210 mapas parciais com o título genérico de "Livro dos Mares" e datados nos anos 1513 e 1528.



O fragmento de 1513 inclui Grã-bretanha, Espanha, África Ocidental, parte da América do Norte e da América do Sul (incluído o Amazonas e o Golfo da Venezuela) e a costa da Antártida até uma zona por debaixo da África. Por estar rasgado, se suspeita que deva conter também o resto da Europa, Ásia e inclusive Austrália.

O mapa datado de 1528 abarca a Groenlândia, a Península do Labrador, Terranova, parte do Canadá e toda a costa oriental da América do Norte, chegando à Florida.



Segundo as anotações que deixou nos mapas, Piri Reis disse que confeccionou seus mapas utilizando 20 velhos planos e 8 mapas-múndi que se encontravam na Biblioteca Imperial de Constantinopla e que foram confeccionados supostamente na época de Alexandre Magno (356 a.C. - 323 a.C.), de modo que mapas feitos no século XVI nos trasladam de golpe a outros mapas muito mais antigos (!).

Segundo o professor Hapgood, muitos dos mapas custodiados no século XVI nesse recinto haviam chegado até ali graças a marinheiros fenícios. "Temos evidência-assegura Hapgood – de que eles consultaram-nos e estudaram-nos na grande Biblioteca de Alexandria e que essas compilações foram feitas por geógrafos que trabalharam ali".



Muitos têm sido os estudiosos destes mapas e numerosos são todavia os que pretendem desvendar o mistério que encerram.

Em meados dos anos 50 algumas cópias destes mapas foram parar com o cartógrafo norte-americano Arlington H. Mallery, especializado em antigas cartas marinhas há décadas. Arlington Mallery solicitou a colaboração de seu colega Walters, do Instituto Hidrográfico da Marinha dos Estados Unidos.

Já de entrada, Walters observou a exatidão das proporções e distâncias entre o Antigo e o Novo Mundo, assim como a localização das ilhas Canárias e dos Açores.

Ambos investigadores observaram que Piri Reis não utilizou as coordenadas habituais de seu tempo, considerou realmente que a Terra era redonda e o teve em conta ao traçar seu mapa.



Para poder estudar mais a fundo e com o máximo detalhamento os mapas de Piri Reis, decidiram fabricar uma espécie de rede que lhes permitiria ler as dimensões do antigo mapa e poder transferir a escala a um moderno globo terrestre. 
Qual não seria sua surpresa ao descobrir que não só os contornos da costa americana, mas também os da Antártida, correspondiam com toda exatidão aos que hoje conhecemos graças à ciência moderna. Milímetro a milímetro se comparou o mapa de Reis com os perfis de terra submarina obtidos pelos mais modernos meios científicos: aerofotografia, tomadas subaquáticas com câmaras de raio infravermelhos, sondas acústicas enviadas de barcos... Com todos estes dados nas mãos, se deduziu que uns 11.000 anos antes (final da Era Glacial), existiu a dita ponte continental entre a América do Sul e a Antártida.



Comentar também que os perfis costeiros, ilhas, baías, e promontórios do continente Antártico estão representados nos mapas de Piri Reis com uma exatidão excepcional de perfis, mesmo que há muitos milhares de anos estão ocultos sob uma grossa camada de gelo.

Durante o ano de 1957, também se interessou pelos mapas o padre Lineham, antigo diretor do observatório astronômico de Weston e cartógrafo da Marinha Estadunidense. Sua conclusão foi a mesma: "os mapas (especialmente a zona da Antártida) são incrivelmente precisos, chegando a oferecer dados que a nós unicamente nos constam depois das expedições antárticas que suecos, britânicos e noruegueses levaram a cabo em 1949 e 1952".



O grande veterano da cartografia, professor Charles H. Hapgood, se entregava por sua vez ao estudo dos mapas de Piri Reis. 
Em uma das cartas recebidas por Hapgood da Força Aérea dos EEUU, encarregada de cartografar a Antártida, se anotava o seguinte: "As linhas costeiras tiveram que ser cartografadas antes que o continente ficasse coberto pelo gelo. Nessa região a capa de gelo alcança cerca de uma milha de espessura (1609,344 metros - ou 1,6 km). Não temos a menor idéia de como esses dados puderam ser anotadas no mapa com apenas os conhecimentos geográficos de 1513".

Entre todos os investigadores que estudaram os mapas chegou-se a uma conclusão assombrosa: os mapas de Piri Reis só puderam ser confeccionados baseando-se em fotografias aéreas, tomadas a uma extraordinária altura, com alguma espécie de satélite como os utilizados na atualidade.

Obviamente, se isso era impossível de se pensar nos primeiros anos do século XX, como pode ser que foram realizados nos tempos de Alexandre Magno?, E se foi assim, com que informação se contou no século IV a.C. para poder confeccionar mapas tão perfeitos sem uma tecnologia só desenvolvida em finais do século XX?



Um "pequeno detalhe", denunciado até à saciedade pelo cientista espacial francês Maurice Chatelain, tende a assentar esta tese. Segundo Chatelain, a deformação que apresentam as linhas das costas no mapa de Piri Reis obedece a que esta carta "representava uma projeção plana da superfície esférica da Terra tal e como poderia ser vista hoje por um astronauta situado a uma grande altura sobre o Egito".



Efetivamente. Uma foto de satélite tomada a 4.300 kilometros sobre a vertical do Cairo mostraria, exatamente, essa deformação das costas... O que tem permitido aos cientistas do calibre de Chatelain supor que o mapa de Piri Reis é, em verdade, uma cópia de enésima geração de um mapa antiqüíssimo realizado desde a vertical da moderna cidade das pirâmides de Gisé.



Seja como for, a precisão do mapa de Reis não se detém aí. O Almirante turco posicionou em sua longitude e latitude corretas a América do Sul e a África. Empresa, por certo, nada fácil se levarmos em conta que até o século XVIII nossos marinheiros não podiam calcular com precisão as longitudes, por carecer de cronômetros que ofereciam margens de erro de poucos segundos. Não obstante, e para ser equânimes, deve-se reconhecer que Piri Reis cometeu certos "erros", como repetir duas vezes o curso do rio Amazonas ou o de ignorar a existência do rio Orenoco.



Sobre o primeiro, o professor Hapgood atribui a "falha" a que o Almirante copiou de mapas distintos duas vezes o mesmo rio; e o demonstra argumentando que se bem que um destes Amazonas recorre a ilha de Marajó em seu delta, o outro não o faz porque está baseado numa carta de uns 15.000 anos, quando todavia Marajó estava unida ao continente... Enquanto ao Orenoco, Hapgood desculpa a Piri Reis argumentando que, em lugar deste rio, o Almirante desenhou dois profundos entrantes no continente que deveriam se transformar no rio há também milhares de anos (!).

Mas as surpresas não acabam aqui. Ao observar-se detidamente os mapas de Piri Reis, pode-se ver que entre a América do Sul e a África existe uma grande ilha denominada "Antilhia" (que não existe na atualidade) rodeada de outras ilhas de menor tamanho. E já que temos visto que os mapas de Piri Reis não são fruto da casualidade, não será esta ilha a famosa Atlântida de Platão?



As rotundas afirmações de Hapgood cortam o alento ainda mais de duas décadas depois de ser formuladas. De fato, recentemente, idêntica tese tem sido retomada pelo periodista e historiador Graham Hancock em sua obra "Fingerprints of the Gods", onde pretende demonstrar que faz mais de 2.000 anos habitou a Terra uma cultura muito desenvolvida, científica e tecnologicamente. Seu livro, que tem merecido toda classe de críticas por haver passado ao largo de investigações prévias de expertos como Sitchin ou Von Däniken, conduz até outros mapas antigos que beberam das mesmas misteriosas fontes documentais que Piri Reis e que recorrem as mesmas cartografias "impossíveis" subglaciais da Antártida, assim como costas em sua época ainda não descobertas.



O exemplo mais destacado é o mapa antártico de Oronce Finé, traçado em 1531. Sua descrição do continente gelado se ajusta quase totalmente às cartografias da Antártida desenvolvidas a partir de seu descobrimento oficial em 1818. E é que Finé passou muito perto, pois não só desenhou detalhes de suas costas não descobertas até datas recentes, senão que localizou corretamente o lugar do Pólo Sul, traçando seu mapa graças a cartas necessariamente elaboradas, sempre segundo o professor Hapgood, "quando as costas deviam estar livres de gelo".



Hapgood ficou fascinado com este mapa. Levou cópias do mesmo ao doutor Richard Strachan, do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), para sua análise, confirmando que Finé copiou sua carta de outras anteriores e que as originais mostram o perfil dos rios antárticos com o aspecto que deviam apresentar há seis milênios, antes que os depósitos de sedimentos modificassem parte de seu aspecto.



Mas Finé não foi o único a copiar estes misteriosos "mapas-mãe". Um contemporâneo seu, apelidado Mercator - e o que muitos identificam com o célebre cartógrafo Gerard Kremer –, traçou um Atlas em 1569 no que localizava com precisão lugares descobertos muitos séculos mais tarde, como o Mar de Amudsen ou o Mar de Bellinghausen. O certo é que Mercator teve laços muito estreitos com o Egito, chegando inclusive a visitar a Grande Pirâmide em 1563. E não seria descabelado supor que, fruto dessas conexões, Mercator obteve os "mapas-mãe" (ou cópias dos mesmos, perdidas hoje) que lhe serviram de documentação para sua obra. Uma obra, por certo, que serviu de guia duzentos anos mais tarde a Philippe Buache, um cartógrafo oitocentista que também desenhou a Antártida - desta vez em sua totalidade – desprovida de gelo. Um mapa que, por certo, não pode "imitar-se" até que os cientistas obtivessem novos dados deste continente em 1958, por motivo do Ano Geofísico Internacional.



Não são os dados contidos nestes mapas um indício mais que sólido da existência de um saber muito anterior ao que admite a História, localizado na região do Nilo? A resposta a esta interrogação só pode ser afirmativa… 

Disponível em Portal/Revista Vigília

Destino

O que determina a sorte (ou a falta dela) na vida das pessoas? O que é, exatamente, o destino? A complexidade do assunto é grande, pois envolve religião e espiritualidade, um pouco de Teoria do Caos, Física quântica, cosmologia, Teoria dos Jogos, etc.

Como já especulavam cientistas, como David Bohm e Carl Pribram, vivemos num mundo holístico, onde tudo se interelaciona como uma grande rede. O nosso cérebro é holístico (essa palavra é grega, de hólos = todo) e, de fato, quanticamente falando, a fronteira que separa um corpo do ambiente que o cerca é extremamente tênue. Os elétrons dos átomos da parte mais externa de minha pele se intercambiam com os elétrons dos átomos de nitrogênio e oxigênio do ar ao meu redor. Por isso o chamado 'efeito borboleta', ao afirmar que o bater de asas de uma borboleta sobre o Pacífico pode provocar uma tempestade no Atlântico. Entre as inúmeras alegorias do filósofo grego Platão (428-347 a.C.), há um curioso relato chamado 'o conto de Er, o Panfílio'. Está no diálogo República e explana a história de Er, um cidadão da Panfília (hoje, na Turquia) que teve uma EQM (experiência de quase-morte). Ele retornou à vida quando já era levado à pira incineratória (aliás essa história parece muito com outra que conheço, de autoria de Plutarco de Queronéia; a quem interessar, possuo o relato em grego koinê). Ao acordar, Er contou o que viu do outro lado. O mais interessante do relato é o que acontecia com as almas que precisavam retornar à vida.

Antes de prosseguir, para maior clareza no relato, gostaria de falar um pouco sobre a geografia do Érebo, tal como era aceita pelos gregos. O Érebo era o local dos mortos; um conceito um pouco diferente do que temos atualmente, entre as religiões cristãs, pois era um território físico, todo debaixo do solo. Tenho razões para crer que essa idéia seja oriunda do tema Atlântida, pois a palavra Érebo, vem de uma antiquíssima raiz pré-indoeuropéia, que significa 'o que fica no extremo ocidente' (inclusive é daí que provém a palavra Europa). Ora, para os europeus, o que ficava no extremo ocidente era o Atlântico e sua mítica ilha, onde vicejava grandiosa civilização, e que, ao afundar, veio a ser sinônimo de 'morada dos mortos'. O passar do tempo levou ao esquecimento das verdadeiras origens e à transposição desse território para o subsolo grego. O Érebo era uma imensa planície, dividida em 5 setores, separados por rios. O rio Aqueronte era o primeiro avistado pelas almas. Era nele que navegava o barqueiro Caronte, para quem deveria ser pago o preço de 1 óbolo, para que ele transportasse a alma até o outro lado do rio. Por isso, os gregos tinham o costume de colocar um óbolo sob a língua do recém-falecido, para garantir sua travessia. O Aqueronte possuía um afluente, chamado Cocito, formado pelas lágrimas das almas que haviam esquecido o óbolo e ficavam condenadas a permanecer o resto da eternidade do lado de cá.

As almas que atravessavam o rio, se deparavam com o local do julgamento, onde residiam os juízes Minos, Radamanto e Sarpedão (ou Éaco, por outras versões); mais ao fundo, ficava o palácio de Hades (o Plutão dos romanos), o deus do submundo, onde morava com sua esposa Perséfone, palácio vigiado pelo cão de três cabeças, Cérbero. O julgamento determinava o destino da alma; a depender do peso de seus pecados, ela era encaminhada para um de três locais possíveis: o Tártaro, local de suplício para os maus; os Campos Asfódelos, onde as almas não tão más se purificavam; e os Campos Elísios, para onde iam as boas almas, os heróis e semi-deuses. Essas regiões eram separadas entre si por outros dois rios: o Estige e o Flegetonte. Há indícios de que tais regiões tenham originado os conceitos católicos de Céu, Purgatório e Inferno. Lembremos que entre os primeiros cristãos, uma proeminente ala era a dos gnósticos, cuja teologia era de origem neo-platônica, como, por exemplo, Orígenes.

Feitos esses esclarecimentos, retornemos ao relato de Er. Foi-lhe concedida a permissão para observar o que acontecia com as almas nessa imensa região. Platão, nesse relato, introduziu uma interessante variação: para os gregos, o Érebo era morada eterna. Para Platão, era apenas uma temporada, antes do retorno ao mundo material. Por isso, ele menciona a existência de um quinto rio, chamado Letes, o rio do esquecimento, diante de outra planície, onde residiam o deus Destino e suas assistentes, as Moiras (Parcas dos romanos). Destino espalhava no chão uma imensa quantidade de fichas, cada uma correspondente a um modo de vida; assim, havia a ficha 'vida de pescador', outra 'vida como rei', 'vida de guerreiro', 'vida como um cego', etc., etc. Às almas era concedido o direito de escolher qualquer ficha que quisessem. A ficha escolhida era pendurada no pescoço e, a partir daí, ela não poderia mais trocar de ficha. Por isso a escolha tinha de ser cuidadosa, pois, uma vez no pescoço, a alma era imediatamente puxada pela primeira Moira, Cloto (a que dava início ao fio da vida); a segunda, Láquesis, era a que direcionava a trama do fio, de acordo com a ficha que a alma escolhera. E a última, Átropos, era a que cortava o fio, determinando a morte da pessoa. Logo que Cloto iniciava a tessitura, a alma mergulhava no rio Letes e, ao sair do outro lado, não lembrava mais de nenhuma de suas vidas anteriores. Entrava em novo útero e iniciava sua nova vida.

O retorno à uma nova vida chama-se palingenesia (do grego 'palin' = novamente + 'genesis' = nascimento) e era conceito aceito por muitos povos antigos, especialmente os indianos e egípcios. Entre os egípcios, há o impressionante relato contido no chamado 'papiro de Anana', de cerca de 1.200 a.C. Há indícios, também, de que o batismo em água seria um rito inspirado na idéia do mergulho no rio Letes. Entre os judeus, especialmente os de origem essênia, esse rito era, aliás, feito literalmente em um rio.

Para os muçulmanos, destino traduz-se pelo conceito 'maktub', o determinismo divino. É um conceito radical, segundo o qual nossos destinos dependem única e exclusivamente da vontade de Alá. Os fatos da vida muitas vezes levam a pensar dessa forma: alguém morre em um acidente aéreo; porque ele tinha de morrer daquela forma? Porque, outro indivíduo, que estaria no vôo, atrasa-se por qualquer razão, e escapa do acidente? Se sou assaltado em determinado local, sei que poderia não ter acontecido, se tivesse passado por ali apenas 1 minuto antes, ou 1 minuto depois, ou tivesse escolhido outro trajeto. Porque escolhi aquele trajeto, naquele exato instante? Para os muçulmanos, Alá é quem determina tudo isso. Sou apenas uma marionete. Outras filosofias afirmam que nossas mentes é que detém esse poder. Cabe a você apenas saber utilizá-la. Para Platão, seria uma mescla das duas coisas.

Por Marcelo Valdi Régis [Adaptado]

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

História do Rio de Janeiro - A Pedreira da Candelária

Dentre os muitos templos antigos do Rio de Janeiro, um se destaca pela imponência do porte e riqueza. A Igreja da Candelária, nascida como simples ermida no início do século XVII, iniciaria um processo de transformação desde 1775, resultando no conhecido prédio atual. A necessidade pela principal matéria-prima dessa obra, a pedra, produziria um efeito inesperado, a mudança do nome de uma rua afastada, no bairro do Catete.

A obra da Igreja da Glória do Outeiro, no início do século XVIII, levou à abertura de uma pedreira em local próximo, junto ao morro no final da rua Pedro Américo, conhecida então como Pedreira da Glória. Essa atividade estimulou a ocupação da área, sendo aberto a seguir um novo caminho, chamado de rua do Quintanilha, proprietário das terras por onde esta passava.

Os trabalhos da Candelária abriram nova frente na extração da pedra, escolhendo-se um sítio em trecho próximo ao Largo do Machado. Como esperado, o nome da via acabou mudando em referência à atividade, que servia à construção do majestoso templo, passado a se chamar rua da Pedreira da Candelária, nome que permaneceu por mais de cem anos.

Transformando-se em importante via de acesso, paralela à rua do Catete, tornou-se uma das mais conhecidas desta região, plenamente ocupada com moradias, além de vigoroso comércio. Rebatizada como Bento Lisboa em 1917, continua extremamente ativa e popular hoje em dia, em que sua ligação com a obra da Candelária é quase desconhecida.