sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Atlântida

Caros amigos,

O tema Atlântida sempre foi, para mim, dos mais fascinantes. A arqueologia sempre lidou, desde seu surgimento, com a busca por terras lendárias, cidades desaparecidas, muitas reais, outras aparentemente fictícias. Tróia era mitológica; Heinrich Schliemann tornou-a real. E assim também ocorreu com Hattusas (capital hitita), Susa, Persépolis, Babilônia, Nínive, Tirinto, Micenas, etc., etc. De vez em quando são descobertas cidades pouco conhecidas, não mencionadas nem nos mitos, como Zerzura, Uabar, Nam Madol. Outras nunca foram encontradas, como Tinis (capital das duas primeiras dinastias egípcias), Tartessos, na Espanha, conhecidas apenas dos textos deixados por nossos antepassados.

Mas a Atlântida é algo diferente. Trata-se, não de uma cidade, mas de uma ilha-continente inteira, com uma grandiosa civilização, destruída por uma terrível catástrofe. É também polêmica, principalmente pelo tempo atribuído à sua existência: 10.500 anos! Nosso academicismo recusa-se a aceitar a possibilidade de uma civilização tão remota, em pleno paleolítico. (Isso talvez obrigasse a reescrever nossos livros de História). No entanto, pretendo mostrar que há um bom número de evidências e fatos sugestivos de que essa imensa ilha deve ter mesmo existido, no meio do Oceano Atlântico e afundado, na época atribuída a ela.

Veremos que a existência da Atlântida explica uma série de enigmas e problemas difíceis de entender sem sua aceitação. Enigmas de ordem geológica, climatológica, biológica, etnográfica, linguística, etc. A questão das enguias americanas e européias, das borboletas das Guianas, da glaciação européia, a anomalia da calota polar norte paleolítica, a defasagem entre os pólos geográficos e magnéticos, o cemitério de mamutes da Sibéria e muitos outros problemas cuja explicação lógica ocorre se aceitarmos que houve uma grande ilha-bloqueio no Atlântico norte.

O nome Atlântida foi mencionado, pela primeira vez, pelo filósofo grego Platão, em seus diálogos Timeu e Crítias. Timeu (ou "a Natureza") o menciona rapidamente, como parte de sua explicação sobre o Estado utópico. Já o Crítias é exclusivamente sobre a Atlântida. Infelizmente, é um livro inacabado. Parece ter sido um dos últimos livros que ele escreveu, e, por razões desconhecidas, foi bruscamente interrompido, exatamente no momento em que era descrita a forma como ela fora destruída por deliberação de Zeus. Antes de Platão, porém, já há registros sobre uma grande ilha tragada pelas águas em textos de outros povos. O Dilúvio descrito no Gênesis seria menção a essa catástrofe e no Novo Testamento, vemos outra menção em uma epístola de Pedro (vide II Pedro 3,5-6).

Por Marcelo Valdi Régis

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