quarta-feira, 10 de julho de 2013

Retornando...

Ainda é com um pouco de relutância que retorno a esse blog, os motivos pelos quais o criei já não existem, muito embora o seu objeto de referência ainda seja um dos meus temas favoritos. Em princípio achei que aqui seria um bom lugar para iniciar uma série de relatos que penso, talvez, possam ser úteis de alguma forma, a mim primeiramente, como válvula de escape, ou a um possível leitor que venha a passar por situações semelhantes, o que de forma alguma desejo.

Se você prestar atenção verá que minha última postagem foi em outubro de 2010, já se vão quase três anos e muita coisa aconteceu, comigo e com o mundo, mas inicialmente vou deixar a história do mundo de lado. Tão prolongada ausência teve vários motivos e o primeiro deles foi uma excessiva dedicação à família e a compromissos profissionais e acadêmicos. O resultado destes esforços atende pelo singelo nome de Dissecção da Aorta tipo A. Traduzindo é um rasgão na parede da aorta (a maior artéria do corpo). Este rasgo faz com que o sangue circule entre as camadas da parede da aorta, forçando as camadas. As dissecções aórticas que resultam na ruptura do vaso têm uma taxa de 90% de mortalidade se uma intervenção médica não é realizada a tempo. Bem, como podem imaginar estou nos 10% restantes visto que estou aqui digitando.

Nos próximos posts irei contar como se deu essa ruptura e aonde essa reviravolta me levou, não sei se vou conseguir terminar essa sequência e não me refiro à minha condição médica, mas apenas à inexatidão do futuro. Olhar para trás, contar e analisar o acontecido é uma coisa, olhar pra frente é complicado afinal o por vir é algo que depende de tantas variáveis incontroláveis que o transformam numa miríade de possibilidades infinitas. Ainda assim é curioso como algumas coisas assumem nova perspectiva a medida que nos distanciamos, mesmo o passado aparentemente imutável ganha novos tons conforme o observador se posiciona ou conforme suas crenças e valores sejam diferentes. A minha própria história é algo que vi sendo alterada e adulterada e não apenas por mim, mas também pelas outras pessoas que com ela interagiram direta e indiretamente.

Aos meus amigos que eventualmente lerem esses relatos peço que, se possível, acrescentem a eles suas impressões e memórias correlatas a fim de que eu também possa ter uma perspectiva diferente, pois acredito que a verdade, embora seja uma só, se apresente como um diamante lapidado e multifacetado. A cada ângulo pelo qual é observado vemos um brilho e um reflexo diferente do outro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário